O ataque dos hackers, que pedem pagamento de resgate em Bitcoin para desbloquear o sistema, suspendeu os prazos processuais da corte, sem previsão de retorno até que o ataque seja solucionado.
Os funcionários do tribunal identificaram o ataque logo nas primeiras horas de quinta-feira, quando se depararam com o site e os e-mails do TJ bloqueados. O desembargador Antonio Vinicius Amaro da Silveira disse ao UOL:
"Já tivemos tentativas de ataques, mas nunca tivemos um nessa escala. É algo sem precedentes. Imagino uma pessoa que precisa de internação de urgência ou uma vítima de violência que precisa de uma medida protetiva em meio a essa situação"
Os magistrados também temem perder arquivos de processos e sobre bens apreendidos pelo tribunal. Este é o segundo ataque sofrido pelo TJ-RS, que no fim do ano passado foi atacado por um hacker que postou uma mensagem em referência ao caso Mariana Ferrer, em que uma vítima de abuso sexual e estupro foi humilhada pelo advogado do acusado e pelo juiz do caso:
"O sistema de justiça é corrupto podemos ver 'estupro culposo'"
Outros casos também afetaram órgãos públicos no Brasil desde 2020, entre eles o Ministério da Saúde e até o Tribunal Superior Eleitoral em pleno domingo de eleições em outubro do ano passado.
Em quase todos os casos o pagamento do resgate é pedido em Bitcoin, mas as autoridades têm recomendado não pagar os hackers e confiar nos especialistas que tentam reverter o bloqueio nos sistemas.
A Câmara dos Deputados também estuda tipificar os crimes cibernéticos em um novo projeto de lei, já que a atual legislação é considerada ineficiente para a condenação efetiva dos envolvidos.