Uma atualização para a rede Ethereum (ETH), intitulada Merge, foi anunciada durante uma live da Fundação Ethereum em 15 de outubro. De acordo com os desenvolvedores, o lançamento da rede deverá ocorrer entre maio e junho de 2022.
Ainda na live, os desenvolvedores disseram que a Merge é um importante passo rumo à adoção do protocolo de Prova de Participação (PoS).
Conforme relatou Tim Beiko, gestor de comunidades da Fundação, o código da Merge deve ser concluído até fevereiro. Alguns testes deverão ser feitos em seguida antes do lançamento final da atualização.
O nome Merge significa “fusão” e ilustra como será o procedimento. Após sua implementação, a Merge fará a rede principal do Ethereum se “fundir” com o sistema PoS da cadeia Beacon.
Simultaneamente à Merge, a rede receberá a chamada “bomba de dificuldade”, um grande ajusta que inviabilizará a mineração via Prova de Trabalho (PoW). Este ajuste deveria ter sido realizado em agosto, mas acabou sendo adiado duas vezes.
No entanto, Beiko destacou que a bomba de dificuldade pode ser lançada antes de junho. Para isso, a atualização será discutida novamente em fevereiro.
“Para ser claro, se a mesclagem estava pronta antes, poderíamos fazê-lo antes disso. A bomba pode ser empurrada de volta novamente se os desenvolvedores não estiverem prontos, o que será discutido em uma chamada em fevereiro”, disse.
A bomba utiliza mecanismos de cálculo que determinam a sua execução com base no poder de processamento (hash rate) atual da rede. Se o hash rate aumentar, a implementação pode de fato ser adiada. Mas se houver uma queda antes da data prevista para a Merge, o processo pode ocorrer antes de junho.
Como a atualização acabará com a mineração via PoW, é possível que haja uma queda ao invés de alta. Afinal, os mineradores irão querem vender suas plataformas de mineração antes. Portanto, a bomba de dificuldade pode aparecer semanas antes da implementação da Merge.
A mudança no algoritmo de mineração segue o planejamento estipulado pelo Ethereum 2.0. Ao ser lançado, em dezembro de 2020, o protocolo já previa a mudança de consenso.
O objetivo da migração é tornar a atividade de minerar Ether (ETH) mais descentralizada e acessível. Além disso, a mineração via PoS tende a gastar menos energia e, portanto, ser mais sustentável.
Embora a mineração PoS ainda não esteja ativa, já é possível deixar ETH rendendo em protocolos através do staking. No momento da escrita deste texto, dados da Fundação Ethereum mostram que já são mais de 8,2 milhões de ETH alocados, o que corresponde a R$ 170 bilhões na cotação atual (R$ 20.579).
Luciano Rocha
