Vitalik Buterin, co-fundador da rede Ethereum, explicou em uma postagem em sua conta do Reddit os impactos do hard fork London na rede.
A análise foi realizada 10 dias depois do hard fork que ocorreu em 5 de agosto deste ano no bloco 12.965.000 da rede.
Buterin também fez uma postagem em sua conta no Twitter e anexou o endereço da postagem no Reddit.
O hard fork London era esperado na rede Ethereum principalmente devido a implementação da EIP-1559 que supostamente reduziria as taxas de transação da rede e queimaria tokens ETH.
Poderia inclusive trazer deflação em certos momentos à criptomoeda.
De fato, conforme apresentado no relatório por Buterin e como pode-se acompanhar no site Etherscan.io, a EIP-1559 ainda não apresentou resultados significativos quanto à redução das taxas ou GAS da rede.
Mas até o momento pouco mais de 64.400 ETHs já foram queimados.
Em seu documento postado no Reddit, Buterin mostrou dados aos quais associou a um aumento aproximado de 9% da capacidade da rede Ethereum.
Para tanto ele se embasou em 3 fatores: O atraso na “idade do gelo”; cerca de 2% dos blocos vazios; e artefatos matemáticos da EIP-1559.
Assim explicou Buterin:
O hard fork atrasou a “idade do gelo”, que é um termo que aborda o processo de congelamento progressivo da mineração do Ethereum.
A dificuldade de mineração da rede é reavaliada a cada 100.000 blocos minerados.
O tempo médio de liberação de cada bloco era de cerca de 13,5 segundos antes do hard fork London.
Após o fork o tempo voltou ao seu nível normal de longo prazo de aproximadamente 13,1 segundos.
Esta diferença por si só aumento cerca de 3% na capacidade geral da rede Ethereum, segundo Buterin.
Adiante, no segundo quesito Buterin disse que “agora cerca de 2% dos blocos da rede estão vazios”.
Antes da atualização esta porcentagem chegava a até 3%.
E este aproximado 1% faz diferença na dinâmica dos blocos.
O que acontece aqui é que antes do fork os mineradores não usavam todo o GAS do bloco, que é taxado em 15 milhões.
Antes do fork muitos blocos ficavam com espaços ociosos entre 1 até 20.999 GAS, que não eram utilizados.
Isto ocorria porque muitas transações simplesmente não cabiam neste espaço que remanescia no bloco por serem muito pequenos.
Com o tempo espera-se que a média de GAS usado em cada bloco chegue o mais próximo dos 15 milhões, o que melhorará a capacidade da rede em torno de 2% a 3%.
Por fim, o ajuste dos custos básicos da queima de tokens apresenta imperfeições matemáticas.
Este terceiro quesito é um tanto quanto complexo, mas vamos lá.
A fórmula da EIP-1559 é destinada a queimar 50% dos custos do gás.
Mas ela necessita de precisão devido a uma relação complexa entre as médias aritméticas e geométricas para o tamanho de cada bloco e seus custos.
De acordo com Buterin, “um bloco preenchido a 0% diminui as taxas básicas em 12,5% (multiplica-as por 7/8). Um bloco 100% cheio aumenta a carga básica em 12,5% (multiplicado por 9/8)”.
Caso tenha, por exemplo, um bloco que está 0% cheio seguido por um bloco que está 100% cheio, a carga básica é multiplicada por 63/64 (relação entre as multiplicações apresentadas acima).
Assim, “para manter a carga de base constante, o preenchimento médio de um bloco deve ser ligeiramente abaixo de 50%. No entanto, os dados mostram que em um período de observação recente, os blocos estão em média 51,5% preenchidos. Portanto, 3% acima dos 50% teóricos”, disse Buterin.
Desta forma, segundo os cálculos de Buterin embasando as melhores hipóteses a rede Ethereum está 9% mais eficiente após o hard fork London.
Jorge Siufi