Mesmo rendendo menos que a inflação há mais de um ano e, portanto, no prejuízo, o total de dinheiro que o brasileiro mantém parado na poupança bateu um novo recorde, segundo dados divulgados pelo Banco Central do Brasil, BC, e passou de R$ 1,030 trilhão.
Ainda segundo o BC, no mês de julho, os depósitos, novamente, superaram os saques em R$ 6,377 bilhões. No total foram realizados R$ 298,273 bilhões em depósitos no mês passado, enquanto as retiradas de recursos totalizaram R$ 291,895 bilhões no período.
De acordo com os dados do BC, esse foi o quarto mês seguido com mais depósitos que retiradas.
No entanto apesar dos brasileiros ainda acreditarem na poupança como um investimento seguro e de baixo risco ela vem fazendo os poupadores perder dinheiro há mais de ano já que sua rentabilidade é atrelada a taxa Selic e esta não está ajudando a proporcionar rentabilidade aos investidores.
Um levantamento da provedora de informações financeiras Economatica, mostrou que já são ao menos 10 meses seguidos que a modalidade amarga uma queda no poder de compra. Em junho, o retorno em 12 meses, descontada a inflação medida pelo IPCA, foi de -6,26%.
Desta forma, segundo cálculos dos IPCA, quem investiu R$ 5.000 na poupança em julho do ano passado, teria hoje pouco mais de R$ 5.141,32, porém, descontada a inflação os mesmos R$ 5.000 investidos há 12 meses, perderam cerca de R$ 256 em poder de compra, ou seja, ao invés de 'lucrar' R$ 141,32, os investidores da poupança perderam R$ 256.
Já no caso do Bitcoin (BTC), com R$ 5.000 em, 01 de julho do ano passado, o brasileiro conseguiria comprar 0,10002 Bitcoins que hoje corresponde a R$ 21.354,40, uma valorização de 427%.
No caso do Ethereum (ETH), os mesmos R$ 5 mil em 01 de julho de 2020 compravam 3,9997 Ethereum. Desta forma hoje o investidor teria R$ 58.334, uma impressionante valorização de 1.166%
Além disso, se, ao contrário de investir na poupança, o brasileiro tivesse comprado qualquer um dos fundos de investimento que oferecem exposição em criptomoedas (considerando somente aqueles que estavam disponíveis há 12 meses atrás) ele teria lucrado pelo menos mais de 19%.
O campeão de rentabilidade no período, entre os fundos de investimento com exposição em criptoativos, é o BLP Crypto Assets Fim IE com 329% de rentabilidade, seguido pelo QR blockchain Assets com 220%.
FUNDO | 12 MESES |
BLP CRYPTO ASSETS FIM IE | 329,04% |
QR BLOCKCHAIN ASSETS FIM ... | 220,38% |
HASHDEX 100 NASDAQ CRYPTO... | 247,08% |
VTR QR CRIPTO FIM IE | 192,31% |
VITREO CRIPTOMOEDAS FIC F... | 189,54% |
HASHDEX CRIPTOATIVOS II F... | 81,01% |
HASHDEX 40 NASDAQ CRYPTO ... | 79,96% |
BLP CRIPTOATIVOS FIM | 38,26% |
HASHDEX CRIPTOATIVOS I FI... | 36,92% |
HASHDEX 20 NASDAQ CRYPTO ... | 35,94% |
VITREO CRIPTO METALS BLEN... | 19,02% |
Fonte: Portal MaisRetorno
“O rendimento da poupança está abaixo da inflação, o que é, literalmente, perder dinheiro. É fazer com que o seu dinheiro não renda o mínimo para compensar o aumento dos preços na economia. Em outras palavras, se o valor investido render menos do que a inflação, a mesma quantia não comprará no futuro o que pode comprar hoje”, destaca Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb.
E, para quem não quer se arriscar com as criptomoedas, como resolver esse dilema? Para o Yubb, a dica é buscar outros meios de se investir, começando com a renda fixa, parque possui uma similaridade com o funcionamento da poupança.
“Para quem vai começar a investir, eu recomendo investimentos de renda fixa com baixo risco e liquidez diária. São os investimentos em que o rendimento é menor, mas não há riscos de perda do dinheiro. E aí, conforme a pessoa for se familiarizando com o ambiente dos investimentos, ela pode arriscar ir para outros caminhos”, pontua Bernardo.
De acordo com o especialista, as pessoas usam a poupança por comodidade, mas é possível investir de forma similar ao uso da poupança, com maiores ganhos.
“O problema da poupança é seu baixo rendimento. É importante buscar outras opções em renda fixa que tenham um melhor rendimento, mas com a mesma segurança, como CDB, LCI, LCA e fundos de investimento”.
Com a internet e a modernização do mercado financeiro, corretoras e bancos digitais estão ganhando espaço ao auxiliar pessoas que desejam começar a investir.
“Nós ainda temos aquela visão de que investir é para um público segmentado, mas não é assim, e a internet está auxiliando na difusão da educação financeira. As informações estão mais acessíveis, é só a pessoa ficar atenta. Agora, uma última dica: ao escolher uma corretora, procure aquela que tem menos taxa. Afinal, quanto menos você pagar, mais dinheiro tem para render”, conclui Bernardo.