Em uma operação de combate a fraudes em licitações, quatro vereadores e dois secretários municipais do município de Carmo, na Região Serrana do Rio, foram presos. Entre outras coisas, eles são acusados de lavagem de dinheiro com criptomoedas e corrupção ativa e passiva.
As prisões ocorreram no âmbito da terceira fase da Operação Chorume. A ação foi deflagrada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) na quinta-feira (5).
Na ocasião, os agentes também prenderam dois ex-vereadores que estariam envolvidos no esquema de fraudes em licitações de contratos na área de limpeza urbana.
Ao todo, a operação buscou cumprir 11 mandados de prisão e 22 de busca e apreensão.
Esta não é, no entanto, a primeira vez que a Operação Chorume prende autoridades do município. Em junho, conforme noticiado pelo CriptoFácil, a segunda fase da operação prendeu o ex-prefeito de Carmo, Paulo Cesar Ladeira.
Na ação, a polícia encontrou R$ 130 mil enterrados em um sítio pertencente à Ladeira.
O ex-prefeito é investigado por receber propina em contratos ligados a empresas participantes do esquema. O MP estima que, ao todo, os criminosos deixaram um prejuízo de R$ 40 milhões ao erário.
De acordo com o MPRJ, a nova denúncia apontou que 23 pessoas e duas empresas também estão envolvidas no esquema fraudulento.
Os seis vereadores que tiveram a prisão preventiva decretada são acusados de não fiscalizar os contratos. Em contrapartida, recebiam propinas que eram lavadas com a compra de criptomoedas.
Os quatro vereadores presos são: Romerito Jose Ribeiro (PL); Samuel Cassio Cunha (PL); Valquiria Aparecida de Moraes (PL) e Juliano de Souza Braga (PDT).
A ação também prendeu os secretários municipais: Renato da Silva Amarante e Ozéas de Souza Ramos, além dos ex-vereadores Salvador Carvalho de Oliveira (PL) e Marco Antonio Dalboni (Cidadania).
Já os dois vereadores que ainda não foram presos são: Wilde Rodrigues Curty (Cidadania) e Ana Cláudia Fernandes (Solidariedade).
O grupo é investigado por crimes contra a lei de licitações, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
Conforme as investigações apontam, na gestão de Ladeira (2017 a 2020), as empresas Limpeza Urbana e a Forte Ambiental tiveram contratos superfaturados. Em troca, as companhias pagavam propinas aos envolvidos na fraude, incluindo o ex-prefeito.
Os suspeitos apontados como líderes do esquema são os irmãos Wesley Ferreira Pessanha e Celciomar Ferreira Pessanha. Os dois foram presos, junto com a mãe, Selma Ferreira Pessanha, na segunda fase da operação.
Além disso, o responsável por comprar criptomoedas para dificultar o rastreio dos valores era Rodolfo Lima Jorge. Segundo a denúncia, o empresário tinha conhecimentos como trader e operador de criptoativos.
Lorena Amaro